Foto Zeca Ricetti
Quero amaciar
a minha alma ...
A carne
se torna macia
– e a pele também ,
se a alma fica porosa
e maleável .
Seriam essas as características de uma coisa
macia ?
O que
é alma ? Que
desígnio é esse ?
O tempo
e a persistência amaciaram a carne .
A alma (quer chamar
de outra coisa ?).
Seguirei a nomear
alma ,
E a expressão
é um desejo
de mundo .
Quero uma pele e um espaço circundante macio
- que acolha a pele .
E assim ,
possa acolher o meu
desejo de ser /estar /manifestar : dançar .
E, do olho ,
vai à alma /carne
do outro .
Migra em
velocidade fugaz
Corre e percorre as artérias ;
E então ,
as partículas traem
Aglomeram-se com outras – daí o milagre ,
a troca
O sentido .
Da alma
que se tornou macia ,
Avolumou-se e fez alvoroço o espaço .
Sinto um
flanar
E a gravidade
fosse generosa
E os pés
– outrora de chumbo
– mesmo em
suas grandes
dimensões , ficam leves ,
pois que a terra merece leveza .
Que tempo
é esse que
me agrada ?
De ser
e amaciar – esse
é o tempo .
De generosidade
e vontade .
De ser
e amaciar – essa é a vontade .
E para
a generosidade ?
Repita o refrão .
Luciana Paludo,
Poema composto em 21/02/2008,
de manhãzinha...
*Revisado em 02/03/2016, na intenção de iniciar o compartilhar da criação poética escrita que tenho guardada.
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